Como lidar com crianças no Consultório Odontológico?

Lidar com crianças no consultório odontológico pode ser um grande desafio para os profissionais dentistas. Nesse sentido, além das dificuldades de cooperação já esperadas do comportamento infantil, o medo de consultórios pode ser recorrente, devido a traumas que a criança pode ter passado.

Segundo Possobon et al (2003), o medo pode ser um grande fator para comportamentos de esquiva. Além disso, Albuquerque et al (2010), destaca o desejo de evitar sentir dor como um dos aspectos que pode levar as crianças a terem atitudes agressivas nos consultórios odontológicos.

Por isso, para saber lidar com crianças no consultório odontológico, fornecendo um tratamento agradável e eficaz à criança, é necessário destreza manual, diagnóstico aguçado e um conhecimento psicológico do desenvolvimento infantil, bem como a utilização do manejo comportamental para odontopediatria.

Comportamento infantil no dentista

Como explicitamos acima, é essencial que o profissional dentista tenha conhecimento do comportamento infantil para conseguir a cooperação da criança e proporcionar um tratamento adequado a ela.

Desse modo, os profissionais podem recorrer às pesquisas psiquiátricas de Jean Piaget sobre o comportamento da criança em cada fase de desenvolvimento.

Sabemos que as crianças possuem atitudes diferentes de acordo com sua faixa etária. Por isso, os profissionais da odontopediatria devem estar preparados para lidar com cada uma dessas fases.

Conheça as fases do desenvolvimento infantil destacadas por Piaget:

1. Estágio Sensório-Motor: O primeiro estágio contempla os bebês de até dois anos. Nesta fase, a fala e a linguagem ainda não foi desenvolvida, por isso, os bebês exploram o mundo visual e manualmente. As características mais marcantes dos pequenos nesse momento são agarrar, chutar, arremessar, sugar e bater.
2. Estágio Pré-Operacional: Esta fase começa após os dois anos e vai até os sete anos. Aqui, as crianças já começam a dominar a linguagem, tanto verbal quanto visual, e são muito curiosos. A criança nessa faixa etária ainda não consegue se colocar no lugar do outro e tende a ter dificuldades em aceitar regras e outras opiniões.
3. Estágio das Operações Concretas: As crianças que estão nessa fase de desenvolvimento possuem entre sete e doze anos, e já são mais empáticas e sociáveis. Além disso, possuem raciocínio lógico, dialogam com facilidade, compreendem regras e dominam conceitos.
4. Estágio das Operações Formais: A partir dos doze anos, os adolescentes alcançaram o mais elevado nível de desenvolvimento. Assim, possuem um comportamento mais formal e relacionam conceitos abstratos.

Ao compreender as fases do desenvolvimento infantil, os profissionais dentistas saberão como planejar as estratégias de manejo que melhor funcionará para cada idade da criança.

Afinal, como lidar com as crianças no consultório odontológico?

As técnicas de manejo são as interações contínuas do profissional com a criança, a fim de reduzir o medo e a ansiedade odontológica para, então, promover um melhor atendimento à criança.

Nesse contexto, essas técnicas visam melhorar a comunicação, educar a criança sobre os procedimentos do tratamento odontológico e construir uma relação de confiança.

O manejo pode ser dividido em técnicas farmacológicas, que envolvem diferentes graus de sedação, e não farmacológicas, se tratando da comunicação verbal e distração visual com os pacientes.

Conheça melhor as técnicas que podem ser utilizadas nos ambientes odontológicos:

Controle pela voz

Essa técnica é muito eficaz para interromper as primeiras condutas inapropriadas da criança. Aqui, o tom de voz é um aspecto de muita importância. Deve-se mostrar que a situação não será perigosa. Por isso, o profissional deve demonstrar segurança e tranquilidade.

Alguns cirurgiões-dentistas utilizam eufemismos para explicar determinados procedimentos, de modo que seja entendido facilmente pela criança. No entanto, é relevante que os profissionais mantenham o tom de voz firme para o pequeno paciente entender que ele é uma figura de autoridade.

Perguntar-Falar-Perguntar

Neste método, a humanização e o diálogo são pontos importantes, uma vez que o intuito é saber como a criança se sente para que a odontopediatra possa sanar as dúvidas e acalmar o paciente.

Nesse sentido, perguntar se a criança está bem e se ela tem alguma dúvida são questões a serem levantadas durante o procedimento.

Falar-Mostrar-Fazer

Esta técnica consiste em demonstrar os instrumentos cirúrgicos para o paciente antes de iniciar os procedimentos, envolvendo uma comunicação verbal mais simples e os aspectos visuais e táteis.

De modo geral, a técnica é simples e funciona bem.

Recepção divertida

A primeira impressão do consultório é muito importante! A sala deve estar preparada para receber as crianças, por isso, pode ser necessário investir em decorações divertidas e atrativas, como brinquedos, mesa para desenhar e televisão com desenhos animados.

Outro ponto importante é o modo de se portar frente à recepção dos pequenos pacientes. É interessante que o dentista converse com a criança, perguntando o seu nome e idade para tornar o diálogo mais amigável.

Reforço positivo

Trata-se de uma técnica de incentivo, elogio e encorajamento. Assim, durante o procedimento, o profissional pode utilizar falas que incentivam e trazem conforto às crianças.

Tratamento lúdico

Os cuidados com a saúde bucal podem ser ensinados de forma lúdica e divertida. Portanto, é necessária uma adaptação na hora da explicação sobre os procedimentos. Isso torna a consulta mais tranquila, evitando traumas.

Converse com os pais e responsáveis

É importante entender qual foi o motivo da consulta e qual é o histórico do paciente. Para isso, é essencial que o profissional converse com os pais e/ou responsáveis pela criança, deixando o ambiente mais confortável.

Motivação extra

Um mimo após a consulta pode ser uma boa técnica de manejo e de agradecimento pelo bom comportamento da criança durante o procedimento.

Os dentistas podem personalizar brinquedos e lembrancinhas com a sua marca, para a criança ter uma boa recordação da consulta.

Equipamentos de Proteção atraentes

As crianças gostam de objetos coloridos e divertidos, por isso, a utilização de Equipamentos de Proteção Individual com cores diversas pode ser um ponto atrativo para o pequeno paciente. Aqui, SP< Protection pode ser uma grande aliada.

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